quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Ser forte, na verdade, não é ser indestrutível e impenetrável. É saber lidar com sua fraqueza. E viver, mesmo sabendo que a vida, eventualmente, pode te deixar em pedaços. E que esses pedaços nunca serão consertados ou refeitos. No máximo, serão colados e, mesmo assim, nunca serão como antes. Ser forte é abraçar esses pedaços remendados e saber que são eles que definem quem você é.


É um caos tão grande daqueles que parece nunca acabam. Uma dor tão imensa quanto um soco na barriga. Com o tempo, isso vai se prolongando e a luz de meus olhos se ofuscam, tudo fica escuro, fica sombrio, gélido e dá medo. Eu nesse momento também estou sombrio, estou vazio por dentro e um fantoche por fora, fantoche controlado pela aquela coisa que eu já pensei que nem existia mais, meu coração.



“Ela morreu tentando matar a dor”







Sabe quando se limpa o retrovisor do carro durante a chuva? E mesmo assim nunca fica enxuto, pois é como se fosse minhas lágrimas presas que descem e tornam a descer mais nunca se vão fica sempre ali presas no olhar. Sabe aquele medo que te dá de perder algo, que fica o aperto no coração e apesar de você ter a certeza de que não vai perder, ele continua te incomodando. Não sei de tantas obviedades da vida, só sei que é estranho estar e não ser, é estranho sentir e não compreender. O pouco que entendo eu cuspo, piso e arranco de mim, a certeza de algo é meu ponto mais fraco. A incerteza me mantem constante. Sabe a vida? Ela tá ali presa no pote de vidro em cima da bancada. Se eu libertá-la será um caos.



De vez em quando eu não sei o que fazer comigo mesmo e com o meu gênio. É um saco estar sorrindo e dois minutos depois chorando.






quarta-feira, 8 de outubro de 2014




a minha alma dança no ritmo da solidão, reprimindo cada vez mais o meu coração. mas eu não posso fazer nada, baby. a dor me mantém viva, e eu me apego à ela desesperadamente porque eu preciso sentir, preciso sentir que estou viva mesmo estando morta, entende? eu não sou louca, é que qualquer sentimento é melhor do que o inferno que é não sentir. disseram que pra ser feliz, antes é preciso enfrentar a tempestade, mas baby, eu sou a tempestade.


Me desculpe se eu fechar os olhos e desaparecer.



Tristeza é quando chove, quando está calor demais. Quando o corpo dói e os olhos pesam… Tristeza é quando se dorme pouco, quando a voz sai fraca, quando as palavras cessam e o corpo desobedece. Tristeza é quando não se acha graça, quando não se sente fome, quando qualquer bobagem nos faz chorar.




Nem toda inconstância
de um ser cabe em uma vida.
Mesmo sendo pouco, a gente sobra.


A liberdade, em extensão, é inexistente. As pessoas geralmente acreditam apenas naquilo em que conseguem medir. Muito provavelmente as estrelas sejam livres na infinidade do universo, muito provavelmente o abstrato mundo de pensamentos e imaginação seja livre e infindável no crânio mental. Há uma gama de liberdades genéricas. Estamos sempre pontuados. Uma liberdade dentro da outra, como bonecas russas. A baleia, por exemplo, é livre na imensidão do mar, mas o que ser o mar se não uma banheira grande?

eu gostaria de ser menor que uma poeira.
para que quando a dor viesse,
não conseguisse me achar



Há dias que a melhor poesia é o papel em branco. São tantas confusões que me abstenho de palavras, pois nem sempre elas serão o bastante quando a imensidão de sentimentos aflorarem. Então eu viro a página, deixando-a em branco. O vazio é a melhor representação dos meus dias conturbados.





Um tijolo quebrou a janela da
minha sanidade.


Eu tenho tons sérios de azul
E se eu quiser ser cor de uma vez, mesmo carregando o peso da escuridão? Eu tenho tons sérios de azul. Quem me vê sabe, tenho o céu em mim, nunca deixo a peteca cair, mas por dentro sou buraco negro, carvão obsoleto. Você não vai encontrar coerência, concordância, compreensão, razão ou gramática. É apenas o simples fato de que um dia não é feito só de sol, temos sempre um lado negro, uma escuridão, mas eu também sei ser de cor.




O silêncio mais cruel,
Vira poesia no papel.





Sou forte demais para me entregar e fraco demais para suportar alguns fardos sem derramar um punhado de lágrimas. De vez em quando preciso chorar em algum canto. Extravasar o que aperta e faz sangrar. Não dá pra guardar tudo no seu devido lugar e fingir que a vida é cena bonita de filme. Nunca pensei em desistir, mas às vezes bate um desânimo. A dor me consome e o cansaço me desgasta. Procuro achar saídas, mas parece que ando em círculos. Percebo que as coisas trocam de lugar, porém nunca se resolvem de forma definitiva. Fico me perguntando o que faço de errado, tento trocar as formas de agir e lidar com as situações. Quando penso que algo está entrando nos eixos tenho uma surpresa desagradável. Já cheguei a cogitar inúmeras hipóteses, mas nunca chego a uma conclusão definitiva. Sei que nesta vida temos nossos carmas, cruzes, resgates e aprendizados. Tento fazer o que posso e aproveitar cada lição que me é ofertada, mas não sou perfeito e nem sempre tenho a fé necessária para acreditar. E eu sei (eu sei!) que preciso acreditar. Só que às vezes dói tanto, às vezes a aflição é tão grande e me domina de uma tal forma que não sei se vou suportar.




Talvez eu seja mesmo solitário. Talvez eu seja mesmo um fracasso. As vezes eu só queria um pouco da atenção que eu nunca realmente tive. Fui ver que o melhor modo leva a piores resultados. Eu só queria a quantidade de “amigos” necessária. Eu só queria ser visto de um jeito e ser aceito. Eu nunca quis o mal pra ninguém, a não ser que desejassem o mal para mim. Talvez eu seja assim hoje, pelo o que me negaram no passado: ajuda. Quantas vezes eu pedi ajuda e ninguém ouviu — ou percebeu? Penso que ajuda não se baseia em gritar pro mundo todo que se precisa dela. Se você quer ajuda, você demonstra, e simples atos indicam isso, como por exemplo se afastar dos amigos ou até mesmo se prender em um quarto e chorar. Talvez toda essa atenção que eu preciso — ou precisava, fosse resultado da atenção nunca recebida. Talvez essa minha obsessão em ter amigos é resultado dos amigos nunca tidos. Enfim, tudo o que eu necessito hoje é resultado do que eu nunca tive e talvez eu só queira sentir o gosto de coisas nunca sentidas. Talvez eu queira poder ter alguém tarde da noite pra poder deitar no ombro e chorar as dores do dia-a-dia. Eu nunca pude contar com alguém pra isso. Acho que esse texto explica bem que eu nunca senti o amor vindo e me arrebatando, como todos dizem. Amar pra mim é um luxo, é coisa desconhecida. É coisa nunca sentida, é um mito. Afinal, esse tal de amor existe mesmo ou é só história pra colocar criança pra dormir?




Eu prometi que nunca iria deixar você, e você deve sempre saber, onde quer que você vá, não importa onde você esteja, nunca vai ser muito longe.