segunda-feira, 31 de março de 2014

É como se houvesse mil pessoas ao redor, mas nenhuma ao lado.



Talvez as pessoas estejam certas, talvez eu seja sentimental demais, dramático demais, ou talvez eu esteja certo, talvez eu tenha nascido na época errada. Eu deveria ter nascido na época de Shakespeare, onde o relativismo dos sentimentos ainda não havia tomado o coração das pessoas, onde as palavras amor, amizade, sonho e sentimento tinham realmente valor, onde a vida era mais colorida, onde as praças eram floridas e não tomadas pelo cinza dos prédios, da fumaça e dos carros, onde a vida passava devagar, onde tudo tomava o seu devido lugar, onde as pessoas honravam suas promessas, onde as pessoas não fossem ocas. Eu sou intenso, não faço drama, o drama sou eu, a vida talvez não seja tão complicada, talvez eu seja a complicação, sou controverso, confuso, inconstante, mas… onde está o erro? Sou eu detentor de sentimentos demais, ou as pessoas de sentimentos de menos? Em qual patamar estamos? Sou anormal? Estranho? Sim, talvez a minha estranheza seja sentir demais, e se for, por que tanto espanto? Sou atemporal, nasci na sociedade errada. As pessoas dessa sociedade são estranhas, mas julgam as estranhezas estranhas a sua própria estranheza, insano.


Manhãs frias. Tardes tediosas. Noites nostálgicas. Dias vazios.


O vazio me incomoda, mas transbordar sentimentos que não são correspondidos me tortura.

Me sinto sozinho, mas isso não é um problema, não mais, me acostumei, quem passa muito tempo com a solidão acaba gostando dela.


Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão.

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