terça-feira, 2 de dezembro de 2014


Minha escrita tem mais de mim do que meu peito
Estou morta,as palavras saem como grito abafado:
socorro!





Era como encontrar um anjo no inferno.

Eu sou o nada. Sou o opaco vazio que predomina o infinito. Minha forma linguística é limitada. Meu passo é vagaroso. Minha tristeza é o resultado de anos e mais anos de total apatia ao ser. Sou um ser que não desejou ser. Sou e não sou. Sou a lástima e o riso do abismo. Não sei se procuro ou se nasci assim. A melancolia não é uma escolha e sim, um constituinte da minha personalidade. Fragmentos ferem e destrói cada parte do meu parcial ser. Digo parcial, pois a maior parte de mim, se foi. Fui despedaçando; fui sendo demolido. Fui caindo como um prédio em reforma. Fui sendo remodelado e minhas memórias foram se transformando em cinzas. Destino tolo: nunca soube que minhas lembranças eram a minha última esperança. Remodelei meu ser. Fui sendo edificado com teorias tolas. Fui sendo um outro ser. Tive medo. Assassinei o meu próprio eu. Transformei-me num eu lírico. Transformei-me numa mentira sem fim. A minha verdade era muito constrangedora. Preferi falecer do que enfatizar meus erros. Inclinei-me sobre a ponte da morte e joguei-me. Agora, sou somente o resto daquele que um dia faleceu por tanto querer ser um outro alguém. Sou a mentira mais bem contada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário