terça-feira, 2 de dezembro de 2014







Uma das maiores angústias de um poeta é não conseguir poetizar. Ser apenas um prosa boêmia autodestrutiva e nada intuitiva; rimada, mas não versada; métrica, mas disléxica. O desejo do poeta é ser dor aguda e escrita, transposta. O coração vira uma prisão de dores e desamores, de passado e presente, apinhado em celas minúsculas. A situação fica crítica, a ponto de uma rebelião explodir a qualquer momento, mas ela não vem. E enquanto a poesia não se liberta, eu fico preso à essa prosa, desorientado, porque o meu desejo é de poesia, é visceral, nada gramatical. O sentido é o que eu sinto, e o desejo é o que me dá sentido.









Os tristes também precisam ouvir o som da sua tristeza.






Nenhum comentário:

Postar um comentário