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Pedi pra você não envolver sentimento, e no fim, fui eu quem acabou envolvendo
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Dó, ré, mi, fá, sol, lá si… Os dedos deslizavam por sobre as teclas do velho piano. E a cada nota tocada, era uma parte de si exposta ao mundo, correndo pelos ares. Seus dedos finos e compridos, buscavam de ponta a ponta transformar cada toque em música. Talvez, carecia de um pouco mais de calmaria. Não ser com tanta espevites. Se deixar sentir na alma, o som doce que se evadia por aquela antiga sala. Feche teus olhos e apenas sinta a música entrar. Adentrar teu peito, o coração batendo no mesmo ritmo, e seu sangue acompanhando a melodia.
O piano tão velho era, só não era mais velho do que esta minha alma se tornara. Por muitos dias -e longos por sinal- já me perguntei, o por quê de separar-me de ti velho companheiro. Tu que ouvia meus prantos e estes transformava em cantos. Veja-me só… Si, lá, sol, fá, mi, ré dó. Ando agora para traz, retrocedo minha história. Revivendo meu dedilhado por sobre ti.
De agudo a soprano. Tanto sol, quanto fá. Enfim, meros detalhes de claves, sons e timbres. No fim, a junção de ti a mim, nos tornava um. Eu me sentia, te sentia. Nos sentíamos. Éramos únicos, assim que a música nos unia.
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